Aspectos Históricos
Judô – caminho suave ou suave caminho, é uma arte marcial esportiva
que foi criado no Japão em 1882, por Jigoro Kano que ao se sentir inferiorizado, ao utilizar uma grande demanda de energia física, adaptou o jiu-jutsu e hoje, o judô é utilizado como luta, esporte e atividade física.
VIEIRA e FREITAS (2007) Citam que Jigoro Kano era uma pessoa de grande conhecimento e foi praticante de jiu-jutsu. Na procura de explicações científicas, eliminando golpes perigosos, escolheu os melhores golpes dos vários sistemas de jujutsu, buscando um aprendizado mais fácil e racional. Além dos golpes, Kano desenvolveu quedas apropriadas e a vestimenta, o judogui.
Ele acreditava que ao criar esta arte, iria poder alcançar
técnicas de defesa pessoal e também iria fortalecer o físico, a mente e o
espírito de forma integrada.
O Judô teve no Japão uma grande
aceitação, podendo se espalhar pelo mundo todo, pois Jigoro Kano
conseguiu reunir técnicas das principais artes como o Jiu-Jítsu e outras
grandes artes.
Com isso o Judô foi considerado no Japão o
desporto oficial no final do século XIX e a política colocou o Judô nos
seus treinos principais.E o Judô chega ao Brasil por volta de 1922,
através de Thayan Lauzim, tendo sua primeira aparição em Porto Alegre –
Rio Grande do Sul se firmando no país apenas na década de 1930.
Aspectos Filosóficos
O judô têm como alicerce os três princípios filosóficos
definidos por Jigoro kano. O Judô pode ser resumido como a elevação de uma
simples técnica a um principio de viver. Esses princípios, mesmo não sendo
conscientemente esclarecidos e compreendidos, estão presentes em todos os atos
e atividades do praticante de judô. Por outro lado, quando o praticante tiver
fixado e tomar consciência dos princípios que norteiam o judô, pode-se
verificar que não são restritos ao Dojô, mas são igualmente válidos em qualquer
atividade da vida diária, quando se pretende atingir um determinado objetivo.
Três princípios:
JU = Suavidade.
SEIRYOKU-ZEN-YO = Máxima eficiência com mínimo esforço.
JITA-KYOEI = Bem estar e benefícios mútuos.
O princípio da máxima eficiência é aplicado na elevação ou na
perfeição do espírito e do corpo eficiência do ataque e da defesa, exige
primeiramente ordem e harmonia de todos os membros e isto pode ser atingido com
o auxílio e as concessões entre si para atingir a prosperidade e os benefícios
mútuos.
O espírito final do judô, é de plantar no íntimo do homem o respeito pelos princípios da máxima energia, da prosperidade e benefícios diversos da suavidade, para poder atingir, individualmente e coletivamente sua melhor performance e ao mesmo tempo o melhor desempenho na arte de ataque e defesa.
O professor Kano afirma o seguinte: "Ainda que eu considere o Judô dualisticamente, a prosperidade e benefícios mútuos pode ser vista como sua finalidade última e a máxima eficiência como meio para atingir esse fim. Essas doutrinas são aplicáveis a todas as condutas do ser humano".
O espírito final do judô, é de plantar no íntimo do homem o respeito pelos princípios da máxima energia, da prosperidade e benefícios diversos da suavidade, para poder atingir, individualmente e coletivamente sua melhor performance e ao mesmo tempo o melhor desempenho na arte de ataque e defesa.
O professor Kano afirma o seguinte: "Ainda que eu considere o Judô dualisticamente, a prosperidade e benefícios mútuos pode ser vista como sua finalidade última e a máxima eficiência como meio para atingir esse fim. Essas doutrinas são aplicáveis a todas as condutas do ser humano".
I. Conhecer-se é dominar-se, e dominar-se é triunfar.
II. Quem teme perder já está vencido.
III. Somente se aproxima da perfeição quem a procura
com constância, sabedoria e, sobretudo, humildade.
IV. Quando verificares que nada sabes, terás feito o
teu primeiro progresso no aprendizado.
V. Nunca te orgulhes de haver vencido um adversário. Ao
que venceste hoje, poderá derrotar-te amanhã. A única vitória que perdura é a
que se conquista sobre a própria ignorância
VI. O judoca não se aperfeiçoa para lutar, luta para se
aperfeiçoar
VII. O judoca é o que possui inteligência para
compreender aquilo que lhe ensinam e paciência para ensinar o que aprendeu aos
seus semelhantes.
VIII. Saber cada dia um pouco mais, utilizando o saber
para o bem
IX. Praticar o judô é educar a mente a pensar com
velocidade e exatidão, bem como ao corpo a obedecer com justeza. O corpo é uma
arma cuja eficiência depende da precisão com que se usa a inteligência.
Elementos técnicos
1. Saudação
A saudação é um ritual praticado em todos os lugares onde é ensinado, sendo a demonstração de respeito com o mestre.
A saudação pode ser realizada em pé ou sentada.
A
saudação em pé é realizada com o corpo ereto, braços juntos ao corpo e
flexionando o tronco e a cabeça voltada para o mestre ou quem será
saudado. Utilizada em atividades em pé.
A saudação é realizada sentadacom as mãos no chão e flexionando o tronco e a cabeça em direção ao mestre ou quem será saudado. Utilizado em atividades no solo.
2. Rolamentos
Os
rolamentos são fundamentais para o desenvolvimento psicomotor,
equilibrio e desequilibrio, sendo um dos estágios que contribuirão para o
aprendizado das técnicas de projeção.
-Para trás
-Lateral
-Por cima dos ombros
Os movimentos de rolamento
dependendo do nível do aluno ou da faixa etária, devem ser
progressivamente utilizados com uma sequência pedagógica, sendo um
caminho seguro e eficiente para a assimilação do movimento e
conhecimento, assim, reduzindo a probabilidade de prováveis acidentes
quando houver uma projeção.
3. Técnicas de projeção
As técnicas de projeção apresentam movimentos assimétricos de rotação, flexão e extensão e
por isso devem ser realizadas para os dois lados, em igualdade de
repetições e controle da amplitude dos movimentos, evitando a sobrecarga
dos membros por pressões excessivas.
Movimentos de projeção:
O-Soto-Gari
Esse golpe é classificado como o mais simples e recomenda-se como o primeiro a ser ensinado e utilizado, independente da idade do aluno. Por ser uma técnica rasteira, proporciona menos medo ao aluno ao receber o golpe.
O-Goshi
Essa técnica pode ser um pouco mais complexa que a anterior para as crianças mais novas pois o aluno perde o contato com o solo.
Koshi-Gurama
Esse
golpe é muito semelhante ao O-Goshi, mas deve-se apresentar maiores
cuidados pois a projeção não possui a mesma segurança que o outro,
ficando atentos a cervical e músculos do pescoço para que não sejam
traumatizados na queda.
De-Ashi-Barai
É uma técnica que desenvolve a movimentação pelo tatame desenvolvendo
a percepção do movimento e equilíbrio. É um golpe simples, porém, ao se
movimentar pode tornar-se difícil para crianças mais novas.
Ippon-Seoi-Nage
O
Ippon deve ser ensinado quando as quedas estiverem em um nível avançado
de assimilação dos alunos pois é uma técnica alta, rápida e pouca
segurança, seguindo gradativamente, a última a ser ensinada.
Judô na Educação Física Escolar
A
prática do judô na escola tem por objetivo introduzir aos alunos o conhecimento
da filosofia da prática desse esporte, envolvendo cultura e tradição, afim de
que as crianças valorizem a história e uma prática que prioriza a disciplina e o
respeito.
Também tem a função de estimular nas crianças o início de uma atividade
esportiva que tem como principal objetivo a formação integral, não podendo ser
deixado de lado, no entanto, que a forma como é trabalhado fará toda diferença nessa
formação. No âmbito escolar deve-se priorizar a pratica do lúdico como instrumento
de ensino do judô.
“Não
há aprendizado sem a atividade intelectual e prazer... Não há aprendizagem sem
o lúdico... Por que não se servir do jogo, em suas múltiplas utilidades, para
facilitar a aquisição de novos símbolos, de novos conhecimentos?” (RIZZO PINTO, 1977).
É importante ao profissional que trabalhe com crianças estar atento
para os períodos de desenvolvimento humano, segundo Piaget , conhecendo as
características comuns de uma determinada faixa etária com a qual se pretenda
atuar, com o objetivo de ter um melhor resultado sem agredir nem atropelar o
desenvolvimento do aluno.
“...
as aulas de judô fundamentadas em modelos autoritários não produzem apenas
aprendizado de técnicas, mas também influenciam no comportamento dos alunos,
pela punição, hierarquização e adestramento. Esses modelos tornam o processo
pedagógico autoritário, tirando muitas vezes o prazer do aprendizado, o que
pode acarretar até no abandono da atividade pelo aluno. (p.26)... (MESQUITA 2009)
Portanto
o judô, em ambiente escolar, deve ter a sua prática como meta de proporcionar, através
do esporte, lazer, cultura e espirito de grupo, pois tem influência sobre os
aspectos cognitivos e afetivos da criança, ajudando a desenvolver coordenação
motora, lateralidade, orientação de equilíbrio, concentração, respeito,
disciplina, paciência e amizade.