sábado, 1 de setembro de 2012

Capoeira: A História e Trajetória de um Patrimônio Cultural do Brasil

O artigo a ser resenhado é Capoeira: A História e Trajetória de um Patrimônio Cultural do Brasil, escrito por Tubino* e Lussac**, objetivando a narração histórica da capoeira, um patrimônio cultural e imaterial abordando a história como uma arte-luta brasileira, analisando desde os tempos coloniais até os dias de hoje.
*Manoel José Gomes Tubino (1939 – 2008), foi um Professor Doutor docente da Universidade Castelo Branco – RJ, Brasil; Professor Pesquisador da UNISUAM – RJ, Brasil.
**Ricardo Martins Gomes Lussac, mestrando em Ciência da Motricidade Humana da Universidade Castelo Branco – RJ, Brasil; Mestre de Capoeira (Mestre Teco – RJ) e Integrante do Conselho de Mestres da Federação de Capoeira do Estado do Rio de Janeiro; Professor da Secretaria de Educação do Estado do Rio de Janeiro, Brasil.
Nos primórdios da apresentação e seus resultados, a capoeira como uma incógnita para sua origem por várias áreas e diferentes pesquisadores da história, administração, educação física, sociologia, etc, além das divergências etimológicas da palavra “capoeira”. Foram relatados em documentos do século XVI o termo “capoeira” utilizado para praticantes do jogo-luta, malfeitores, ladrões e bandidos da época.
O artigo é relativamente atual, publicado no primeiro trimestre do ano de 2009, na Revista da Educação Física. A pesquisa tem um conta com um enfoque histórico, com revisão e análise qualitativa das fontes, sendo a maior parte livros, que foram interpretadas durante a investigação. Quanto a lacuna do conhecimento para a produção do artigo, sobre o estudo histórico da capoeira, sendo que faz parte de um patrimônio cultural e deve ser valorizado, abordando somente a capoeira na delimitação do território nacional.
A origem da capoeira, suas interpretações etimológicas da própria palavra e do termo são uma incógnita até os dias de hoje, sendo estudado por vários campos de estudo das mais diferentes áreas como: Educação Física, História, Sociologia, entre outros. Estas primeiras práticas da capoeira relatadas em documentos foram a partir do final do século XVI e como prática corporal, começou a ser documentada no século XIX no Rio de Janeiro. O significado desta palavra pode ser utilizada à vários desígnios como praticantes da arte-luta, ladrões, bandidos, etc. Com essa variedade de significados, torna-se difícil a compreensão da capoeira nos períodos anteriores do século XIX.
Progressivamente, após 1808, com a chegada da Corte Portuguesa, é constado com registros policiais e processos jurídicos, ressaltando que, não foram apenas estes documentos a relatar a prática da capoeira.
Ao longo do século XIX, a prática da capoeira estava difundida no meio urbano, praticada por escravos e africanos. Há autores que afiram que a prática da capoeira também era feita, além destes dois grupos, por índios e mestiços. No decorrer deste século, a prática se estende entre homens livres, libertos, imigrantes, pardos entre outros, tendo em vista que a capoeira fazia parte da classe trabalhadora, visto que, grande parte dos detidos por capoeira eram trabalhadores.
No século XX, pode-se observar que a capoeira está difundida no estado da Bahia, Maranhão, São Paulo, Pernambuco, Pará e outras inúmeras localidades, estando presente em vários movimentos político-sociais, como a Guerra do Paraguai, que a capoeira vai ganhando destaque e ao mesmo tempo, utilizado como jogo de influência e poder, crescendo o medo e a submissão social. Como apresenta Tubino & Lussac, “diferentes grupos políticos utilizaram a capoeira como um meio violento para imprimir suas estratégias”. Com a Proclamação da República, eram novos ideais e a capoeira transformou-se em um dos alvos para repressão, sendo buscada sua extinção, tanto que a prática transformou-se em crime sendo proibida pelo Código Penal da época. Uma das práticas aprovadas por Marechal Deodoro foi a deportação para o presídio na Ilha de Fernando de Noronha e a partir deste momento, a capoeira se recata e passa ser praticada as escondidas.
No período do desenvolvimento da capoeira no Brasil, após a aceitação dela como esporte por Getúlio Vargas, houve a intensificação dos aspectos relativos a capoeira como: filosóficos, culturais, históricos, étnicos entre outros inclusive a prática.
Por um lado, a análise da capoeira no contexto da cidade do Rio de Janeiro contribui muito para o esclarecimento histórico da arte-luta diante o desenvolvimento do país, por ser um componente histórico importante, a capoeira não sofreu apenas mudanças devido a intervenções políticas, mas também pela Educação Física e do âmbito esportivo afetando as camadas populares e suas manifestações através dela. A capoeira como manifestação artística e cultural traz consigo uma práxis de uma herança cultural que, por mais que seja comentada em vários eixos da educação, continua em segundo plano sem a devida atenção de um patrimônio histórico nacional.

Nenhum comentário:

Postar um comentário